Análise - O mito de Eco e Narciso

  Primeiramente, para entender o contexto dessa história precisamos saber quem foi a precursora de tudo: Eco, uma ninfa amante de bosques e montes. Uma característica bem presente em sua pessoa era a mania de se expressar além do requerido, ela gostava de falar sempre tendo a sua palavra como a última.  

   A deusa Juno em um determinado dia, por desconfiar decidiu que deveria ir atrás de seu marido. Foi até onde as ninfas ficavam e lá encontrou Eco, que com sua lábia enrolou a deusa até as ninfas fugirem, Juno que de inteligência não carenciava percebeu a trama e condenou a faladeira. “Só conservarás o uso dessa língua com que me iludiste para uma coisa de que gostas tanto: responder. Continuarás a dizer a última palavra, mas não poderás falar em primeiro lugar.

   Logo que seu feitiço a atingiu um jovem chamado Narciso estava por perseguir sua caça na montanha. Eco, já apaixonada, decidiu o seguir e esperava que ele começasse um diálogo para poder responder e conquistá-lo. Certo dia o jovem após se separar de seus companheiros gritou “Há alguém aqui?” Em seguida, a ninfa respondeu: “Aqui”, na visão de Narciso parecia que a jovem ninfa estava se escondendo e então a convidou para se aproximar. 

   Eco foi em direção ao garoto em menção de abraçá-lo, porém ele com desdém informou que preferia a morte a deixar ela possuí-lo. A ninfa então com tamanha vergonha e tristeza se abrigou dentre os bosques, definhando até a morte. De Eco sobrou somente sua voz, que continua disposta a responder a quem quer que chame e conserva o velho hábito de dizer a última palavra.

   Dias depois de Narciso ter dispensado todas as ninfas ali presentes, uma donzela que também havia sido rejeitada implorou a Nêmesis para que ele tivesse a experiência de saber o que é o amor, porém desejou juntamente com isso que ele não fosse correspondido. Com muito calor e sede Narciso foi até um rio, rio este que não abrigava nenhum tipo de animal ou gente, debruçando-se em meio a beira das águas para poder enfim matar sua assassina sedenta ele visualizou a si mesmo. Pensou que fosse um belo espírito, se admirou intensamente e pretendendo dar um beijo no reflexo acabou enlaçando seus braços. Com tal movimento a figura sumiu, mas voltou assim que Narciso retirou seus braços.”Por que me desprezas, belo ser?” perguntou ao suposto espírito. Ele não entendia o motivo, já que era desejado por todas as ninfas “Fica, peço-te! Deixa-me, pelo menos, olhar-te, já que não posso tocar-te.”

   Com essa última fala Narciso morreu e quando sua sombra atravessou o Estige, debruçou-se sobre o barco para avistar-se na água. Em seu lugar, só foi achada uma flor, roxa, rodeada de folhas brancas, que tem o nome e conserva a memória de Narciso.


Luana Andrade


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